sexta-feira, 12 de abril de 2013

O vulcão erodido

Vulcão dos Capelinhos. Ilha do Faial. Açores. 2007
[Viagens. Paisagens 13] Foi nas micropaisagens que encontrei a impossibilidade de fotografar "toda a terra", pois estas pequenas paisagens revelavam uma dimensão infinita. À medida que fazia algumas experiências de registo, revelava-se um mundo ínfimo, cada vez mais extenso e ao mesmo tempo dinâmico e abstrato. É um mundo fascinante, auto-contido, que estabelece uma teia de complexidades com outros ramos de saber e com a dimensão geológica da Terra. Foi no vulcão dos Capelinhos que encontrei com mais evidência os processos de fabricação da terra, a origem, física, de uma paisagem, o ciclo de vida de um lugar, que ali é invulgarmente célere. O vulcão entrou em erupção há  pouco mais de cinquenta anos, surgiu um istmo que se ligou a terra e hoje esse novo pedaço de Ilha do Faial, já perdeu quatro quintos das sua área. Também aqui encontramos os processos erosivos como um elemento fundamental para o entendimento das paisagens e do seu dinamismo, num tempo que habitualmente é longo e alheio às intervenções humanas, mas que aqui foi, está a ser, invulgarmente acelerado.
Vulcão dos Capelinhos. Ilha do Faial. Açores. 2007
Vulcão dos Capelinhos. Ilha do Faial. Açores. 2007

Sem comentários:

Enviar um comentário