sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Depósito legal

Biblioteca Nacional de Portugal. Lisboa. 2011
[a torre 22] Mas há outra questão que se prende com as existências da biblioteca, com as suas ausências e com o tempo contemporâneo. A figura do Depósito Legal foi criada com diversos objetivos e o principal talvez seja a ambição de um Estado reunir em diversos pontos toda a produção impressa em livro, ou publicação periódica, que se faz no país. No fundo trata-se de coligir todos os mais relevantes elementos culturais impressos em Portugal. Com a afirmação cada vez mais inequívoca dos meios de reprodução digital há uma lógica tradicional que é quebrada. Muitas publicações deixam de ser impressas em offset, nas tradicionais tipografias, para serem impressas por pequenas empresas que se dedicam a essa área de negócio, ou mesmo numa dimensão mais caseira. Se pensarmos nas publicações feitas em suporte exclusivamente digital, torna-se muito mais difícil o seu controlo e não há, ainda, forma de as recolher e catalogar. A este nível o advento do fenómeno digital traz problemas que ainda não encontram solução. Há uma muito maior proliferação de formas de comunicar e mesmo de comunicar através de livros impressos suporte de papel. As impressões a pedido, print on demand, são cada vez maiores, fenómeno que acompanha a redução das tradicionais edições em tipografia, dado que poderá conduzir a uma progressiva redução de livros impressos em offset, deixando este processo apenas para os livros de grandes tiragens. A ideia da morte de livro, há muito anunciada, não é aqui sugerida, pois tem acontecido justamente o contrário, mas não há duvida que os paradigmas editoriais estão a mudar e o futuro é completamente imprevisível.

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