sábado, 10 de janeiro de 2015

Subir e descer, voltar a subir

[Fogo 25] “O Pico do Fogo, com 2829 metros de altitude, é o ponto mais alto da África Ocidental, ao qual trepei, sozinho, na segunda-feira. Hoje, quando olho para o grande vulcão, penso que a minha subida foi um ato de loucura. Não em termos de segurança, sempre achei tudo perfeitamente seguro, mas pelo local onde subi que, percebi mais tarde, era a descida. Tratava-se de uma pendente de cinzas. Foi como subir uma duna com 500 metros de altura e uma inclinação de cerca de 45º. Cada passo que dava parecia ficar no mesmo sítio, e não conseguia dar mais de trinta passos seguidos, tendo que parar para descansar. Acabei a subida a ‘quatro patas’ já todo a tremer pelo esforço, mas recuperei muito depressa. Foi um esforço brutal mas muito compensador. Depois de mim chegaram dois casais com os respetivos guias. Acho que os guias não gostam muito de ver pessoas a subirem sem eles. Os guias levam as pessoas para um local que nem sequer é o mais interessante. Ficam ali sem se 'poderem' mexer. Depois os guias querem ter um look de montanhistas, com os característicos óculos de sol, um barrete na cabeça e umas roupagens a condizer. O clima é bastante quente. Eu, não só fui para o ponto mais interessante, seguro e acessível, como depois desci ao interior da cratera, coisa que os guias não fazem, creio eu, pois é mais um esforço suplementar e um nível de insegurança acrescido. A cratera tem uma profundidade de 200 metros abaixo do ponto onde se chega e é uma paisagem lunar absolutamente fabulosa.” (fragmentos de mensagens 10/11)





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